terça-feira, 14 de julho de 2009

Religiosidade


Nossa cultura instrui que devemos frequentar um templo, nos reunir com outras pessoas que compartilhem nossas crenças; ajoelhemos diante de alguém apto para ouvirmos as suas lições e sermões; adorarmos imagens; rezar... Repetir todo o ritual que é adotado há séculos.
Na infância você é levado à igreja por seus pais e avós. Eu ia, e não ia por imposição na maioria das vezes, gostava daquilo, me sentia bem ali, pois lá confirmava a concepção passada para mim das gerações anteriores de que a morte é apenas uma passagem, que durante a vida temos que nos portar da maneira que a bíblia descreve para no fim sermos salvos. Só que o tempo vai passando e você começa a questionar...

As pessoas estão sempre em busca de algum sustentáculo a fim de diminuírem o temor do inevitável? Seria mais fácil aceitar a idéia da morte acreditando que existiria algo depois? Os mandamentos foram criados para evitar o caos?


A vida lhe põe diante de determinadas situações que o fazem refletir. Situações intrínsecas - certos sentimentos que entram em contradição com os ensinamentos sagrados - e os escândalos, tais como padres pedófilos, pastores envolvidos em lavagem de dinheiro e assassinatos, sem contar com os exemplos do cotidiano de cada um. No âmbito profissional, se você não é o dono, não tem como escolher com quem vai trabalhar, portanto tive (e tenho) que conviver com gente de todos os tipos. Desde então tenho presenciado inúmeras situações e observado que as pessoas que mais prejudicam as outras são as assíduas de igrejas (católicas e evangélicas). É incrível!


De que adianta ser frequentador assíduo de igreja e não por em prática nada daquilo que teoricamente aprende-se por lá?


Quanta hipocrisia!

À medida que o tempo passa, vou me tornando cético. E não é pra menos! ¬¬

Engana-se quem pensa que fazer o mal se resume a matar, roubar ou bater.


As palavras são as maiores ferramentas para fazer mal a outra pessoa, para isso não se precisa de uma arma, basta apenas uma boca!


Acredito em uma força maior. Acredito que não é obrigatório frequentar determinado lugar ou levantar bandeira de religião X ou Y para ser uma pessoa de bem. Sigo a política de procurar não fazer mal a quem quer que seja; tentar adquirir uma postura sensata diante dos acontecimentos; respeitar a individualidade dos outros; e sempre que puder, fazer algo para ajudar alguém, não materialmente falando, mas em atitudes - um conselho, um ombro, uma força. O homem, por natureza, tende ao errado, o importante é ter consciência disso e estar sempre se policiando, tentando ter uma visão crítica de suas próprias atitudes em relação aos outros. Eu tento.



PS. Quando alguém segue espontaneamente aquilo que se vê nos cultos religiosos e aplica isso na sua vida, fica algo interessante de se ver. Tenho duas amigas irmãs, outros dois amigos que moram longe e minha avó, todos praticantes religiosos e pessoas magníficas. Não há como generalizar, dizer que as pessoas religiosas em sua maioria sejam hipócritas, é impossível levantar tal afirmação, mas, infelizmente, particularmente, tive muitos exemplos de pessoas assim.

Um comentário:

  1. de fato, a história cristã mostra muitas contradições. fico pensando como o velho Marx acerca da igreja como ópio do povo.
    Mas óbvio, que importante salientar que religião é diferente de espiritualidade...

    ResponderExcluir